sexta-feira, 16 de março de 2007

Masturbação, algumas referências históricas

Já pararam para pensar por que é que a masturbação é um tema que gera tantos conflitos? Porque é que esta prática sexual realizada sozinho, ou mesmo com parceiro, para atingir o prazer sexual, não é tida como um ato tão natural como a relação sexual? Nem sempre foi assim. Na Antiguidade, a masturbação era uma forma bastante aceite de se obter prazer. No Antigo Egipto, a religião utilizava a masturbação do deus Aton como exemplo para descrever a criação do mundo. As mulheres, ao morrer, eram mumificadas e enterradas com os objectos fálicos, com os quais se masturbavam. Com a dispersão da cultura judaico-cristã, cujas religiões pregam que os homens sejam reprodutivos e se multipliquem, a prática da masturbação passou a ser condenada e chamada de onanismo (doença de Onan), porque causava o mesmo desperdício de sémen e intencionalidade que o coito interrompido. Ambas práticas sexuais, cujo objectivo é o prazer. Na Idade Média, ficou ainda mais forte a ideia da ejaculação com a finalidade de procriação. Quando alguém era acusado de masturbação, era considerado Herege, podendo ser condenado à morte na fogueira. Naquela época, os religiosos acreditavam que a masturbação era obra do demónio. Desse modo, as práticas sexuais com a intenção de buscar o prazer eram consideradas pecaminosas. Foi assim que a masturbação ficou associada ao pecado e à crença de trazer consequências terríveis para os que a praticavam, desde a evocação de demónios, até o aparecimento de doenças, e inclusive a morte. Por essas coerções, não é de estranhar que muitos adolescentes temessem que, ao se masturbarem, corressem o risco de pecar ou ter doenças como epilepsia, loucura, tuberculose, espinhas, impotência. Essas ideias de origem religiosa foram reforçadas mais adiante, no século XVIII em virtude da publicação de livros médicos. Tissot afirmava, por exemplo, que o esperma é um óleo essencial e desperdiçá-lo enfraquece o organismo e torna-o mais vulnerável às doenças. Isto desencadeou um movimento antimasturbatório que ganhou ainda mais força, por se tornar também um valor da burguesia, na busca de poder. Era a tentativa de se distinguir da nobreza - classe degenerada por meio da exaltação da decência. Neste período, muitos jovens eram obrigados a usar um detector de erecção ligado a um sino que alertaria os pais. Outros dormiam com um perverso anel de metal com quatro pregos voltados para dentro, ajustado ao pénis, para garantir uma noite sem erecção. Nos colégios internos, os alunos culpados de masturbação eram presos e devolvidos à família. Tidos como doentes, eram submetidos a um tratamento especial: deitar-se de lado, nunca de costas, com aplicações locais de bolsa contendo gelo picado, neve ou água muito fria. Havia casos em que chegavam a fazer a cauterização do canal da uretra com nitrato de prata, além de dietas alimentícias para evitar a erecção ou a polução nocturna. Nos dias de hoje a masturbação já vai sendo um tema mais aceite na nossa sociedade embora ainda haja muito preconceito e muito pudor quanto a essa prática, por isso achei importante colocar estas referências históricas para que se perceba de uma vez por todas que masturbar-se é uma prática tão comum como escovar os dentes ou tomar banho, faz parte de nós e por isso não deve ser escondida pelo medo e pela retracção!

domingo, 4 de março de 2007

Prazer, medo, vergonha ou pudor?

Muitas vezes deparo-me com situações que têm a ver com o facto de algumas pessoas na sua maioria mulheres terem medo ou vergonha de espressar o que sentem, mais concretamente, de espressar as suas emoções face a situações muito específicas. Tenho reparado que quando se trata de espressarem o seu prazer sexual na sua globalidade, algumas mulheres ficam envergonhadas, ou mudam subitamente o seu comportamento. Na minha opinião seja qual for a forma de prazer que as pessoas sintam num certo e determinado momento, como por exemplo numa simples conversa de café, num almoço, no local de trabalho, ou mesmo numa aula, a cima de tudo deve ser vivida nem que seja interiormente. Mas viver as sensações interiormente não significa sofocá-las, recalcá-las ou repugná-las, mas sim senti-las. Mas agora um à parte, se querem realmente ter um momento diferente, cheio de boa disposição, produtivo e saudável visitem: http://www.seistetos.uevora.pt/